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Opinião: A força de Araguaína e os beijinhos do deputado na Assembleia Legislativa

Por Agnaldo Araujo
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15/09/2017 11h09 - Atualizado há 5 anos
Alberto Rocha - Artigo São quase três horas da manhã. Dei uma pausa nos estudos e resolvi escrever sobre a polêmica dos R$ 86 milhões que seriam utilizados na duplicação da TO-222, trecho entre Araguaína e o Distrito Novo Horizonte. Prometi não falar nada sobre o assunto, mas parece que se acendeu um vulcão na minha cabeça, que não me deixa dormir. Nunca tinha visto tanta união e empenho da sociedade. As diferenças políticas deram lugar à sensatez, prevaleceu o bom senso nessa luta que uniu gregos e troianos na busca dos recursos para a duplicação da TO-222. Araguaína mostrou que, quando quer, tem força e poder, poder esse exercido pelo povo por meio de seus representantes eleitos democraticamente. Como foi bonito ver o legislativo, executivo, entidades de classe, imprensa, dentre outros, se mobilizarem por Araguaína. Foi um gesto de maturidade política e amor pela cidade. Quando parte dos deputados estaduais tramava um plano para tirar a metade dos recursos da duplicação da rodovia, a sociedade se uniu e reagiu à altura. Infelizmente, o resultado da votação no plenário da Assembleia não foi o que se esperava. Apesar da força da plateia, Araguaína perdeu parte dos recursos. Mesmo assim, a cidade ficou de pé e vai permanecer sempre assim. Se por um lado Araguaína perdeu recursos, por outro, ganhou beijinhos do deputado Osires Damaso (PSC), ex-presidente da Assembleia. Talvez tenha faltado ao parlamentar habilidade para lidar com o contraditório; talvez o deputado desconheça a importância política e econômica do município para o Estado. Alguém avisa ao deputado que Araguaína é para o Tocantins o que São Paulo é para o Brasil. O povo de Araguaína merece mais que beijinhos, merece respeito e exige mais trabalho. Certamente Araguaína vai esquecer o dinheiro que perdeu, mas não esquecerá os beijinhos do deputado. Assim como o crime de racismo, os beijinhos do deputado Osires Damaso também são imprescritíveis, permanentes, não se acabam com o tempo. Os beijinhos estarão sempre na memória do povo de Araguaína. A causa da causa também é causa do que foi causado. Uma coisa é certa: nas trevas que caíram sobre os beijos do deputado, a única luz que alumia é a capacidade de reação da população araguainense, que tem a obrigação de responder à altura e no tempo certo, o gesto irônico do parlamentar. Por enquanto, os beijos estão congelados, mas no dia da eleição, o povo vai descongelar os beijos. E onde têm beijos, têm tapas. Mas, dos males o menor. O que se espera agora é que, com a lei, pela lei e dentro da lei, o Governo do Estado faça o melhor possível com o que recebeu para a duplicação do trecho da TO-222. Um recado: com beijinhos, sem beijinhos, com dinheiro, sem dinheiro, o povo tem voz. E  mesmo em tempo de seca, a chuva não vai apagar a nossa voz. Agora vou dormir, já são quase quatro horas da manhã. Alberto Rocha é jornalista

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