A eleição acabou sendo anulada e remarcada.
Político de carreira, o deputado federal Eli Borges (PL) protagonizou mais um barraco logo após ser empossado para um novo mandato pelo Tocantins [o primeiro foi após as eleições de 2022, quando ele disse que teve uma "vitória humilhante" e reclamou da derrota do filho para deputado estadual].
Eli Borges não esperou nem a eleição da Mesa Diretora da Câmara Federal, e já se engalfinhou com um colega de parlamento na luta pela liderança da bancada evangélica. A disputa eleitoral interna é com o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).
É a primeira vez na história que a bancada evangélica tem uma disputa ferrenha para a função de líder. O consenso e o espirito público sempre pautavam a escolha por meio de aclamação desde a criação da Frente Parlamentar Evangélica, em 2003.
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Sem chegar a um acordo, a bancada evangélica fez uma inédita votação para eleger seu novo presidente. Após bate-boca entre seus membros – muito pitoresco e incomum entre os "crentes" – e até ameaças de judicialização, a eleição não chegou a lugar algum e foi adiada, por enquanto.
Sem o costume de realizar eleições, a bancada evangélica sofreu diversos problemas com o processo de votação. Parlamentares que não se inscreveram na lista conseguiram votar – manobra que o regimento interno não permite.
O atual líder, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), “disse que houve divergência entre a quantidade de votos e o número de parlamentares que assinaram a lista de presença”, e que, por isso, deveria ser adiada a eleição. “Por conta disso, minha decisão foi pela nulidade da eleição nesse momento e convocar nova reunião para a segunda quinzena de fevereiro”, complementou.
Tentativa de apaziguar
O candidato Eli Borges, que é o azarão do pleito, não topou a proposta de se revezar com Silas Câmara na chefia da bancada. A sugestão para acabar com conflito é que Borges seria o líder em 2024, e o adversário, neste primeiro ano de governo Lula (PT).
O pleito foi anulado depois de quatro horas de discussão. No calor das intercorrências, Otoni de Paula (MDB-RJ) – candidato que desistiu da disputa para convergir – disse que, se o pleito não fosse anulado, entraria na Justiça. “Está sendo fraudada a eleição pelo grupo do Silas Câmara. A gente não fala que é crente, a palmatória do mundo? Corrige gays, corrige todo mundo, e faz essa sacanagem aqui dentro?”, finalizou.
Errata: Eli Borges não perdeu na votação, como noticiado inicialmente, pois o pleito foi anulado e não houve proclamação do resultado.