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Arnaldo Filho

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Câmara dos Deputados

Eli Borges provoca racha e confusão na bancada evangélica ao travar disputa inédita pela liderança

A eleição acabou sendo anulada e remarcada.

Por Arnaldo Filho 1.293
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04/02/2023 10h00 - Atualizado há 1 ano
Eli Borges (PL-TO) e Silas Câmara (Republicanos-AM).

Político de carreira, o deputado federal Eli Borges (PL) protagonizou mais um barraco logo após ser empossado para um novo mandato pelo Tocantins [o primeiro foi após as eleições de 2022, quando ele disse que teve uma "vitória humilhante" e reclamou da derrota do filho para deputado estadual].

Eli Borges não esperou nem a eleição da Mesa Diretora da Câmara Federal, e já se engalfinhou com um colega de parlamento na luta pela liderança da bancada evangélica. A disputa eleitoral interna é com o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).

É a primeira vez na história que a bancada evangélica tem uma disputa ferrenha para a função de líder. O consenso e o espirito público sempre pautavam a escolha por meio de aclamação desde a criação da Frente Parlamentar Evangélica, em 2003. 

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Com Borges no páreo, a paz de outros tempos se dissipou

Sem chegar a um acordo, a bancada evangélica fez uma inédita votação para eleger seu novo presidente. Após bate-boca entre seus membros – muito pitoresco e incomum entre os "crentes" – e até ameaças de judicialização, a eleição não chegou a lugar algum e foi adiada, por enquanto. 

Sem o costume de realizar eleições, a bancada evangélica sofreu diversos problemas com o processo de votação. Parlamentares que não se inscreveram na lista conseguiram votar – manobra que o regimento interno não permite.

O atual líder, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), “disse que houve divergência entre a quantidade de votos e o número de parlamentares que assinaram a lista de presença”, e que, por isso, deveria ser adiada a eleição. “Por conta disso, minha decisão foi pela nulidade da eleição nesse momento e convocar nova reunião para a segunda quinzena de fevereiro”, complementou. 

Tentativa de apaziguar

O candidato Eli Borges, que é o azarão do pleito, não topou a proposta de se revezar com Silas Câmara na chefia da bancada. A sugestão para acabar com conflito é que Borges seria o líder em 2024, e o adversário, neste primeiro ano de governo Lula (PT).

O pleito foi anulado depois de quatro horas de discussão. No calor das intercorrências, Otoni de Paula (MDB-RJ) – candidato que desistiu da disputa para convergir – disse que, se o pleito não fosse anulado, entraria na Justiça. “Está sendo fraudada a eleição pelo grupo do Silas Câmara. A gente não fala que é crente, a palmatória do mundo? Corrige gays, corrige todo mundo, e faz essa sacanagem aqui dentro?”, finalizou.

Errata: Eli Borges não perdeu na votação, como noticiado inicialmente, pois o pleito foi anulado e não houve proclamação do resultado.

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