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Arnaldo Filho

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Entrevista

Tiago Dimas afirma que mandato de Júnior Geo pertence ao Podemos e crê em reviravolta no TSE

Deputado não pediu carta de anuência para desfiliação, disse o presidente da sigla.

Por Arnaldo Filho 1.110
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18/03/2024 16h38 - Atualizado há 1 mês
Tiago Dimas é presidente do Podemos, partido ao qual Júnior Geo está filiado

Notícias do Tocantins - Em meio ao embate judicial travado pelo deputado estadual Professor Júnior Geo contra o partido Podemos, com o objetivo de conseguir sua desfiliação sem perda de mandato, o AF Notícias entrevistou o presidente regional da legenda no Tocantins, o ex-deputado federal Tiago Dimas, para entender os reais motivos dessa emblemática queda de braço.

Júnior Geo é pré-candidato a prefeito de Palmas e uma possível perda do mandato de deputado pode atrapalhar completamente seu projeto político na capital.

Tiago Dimas deixou claro que o mandato pertence ao partido, conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e explicou os motivos pelos quais o Podemos escolheu Eduardo Siqueira Campos como pré-candidato a prefeito de Palmas ao invés de Júnior Geo. Ele também ressaltou que o parlamentar nunca o procurou para discutir a situação ou pedir uma carta de anuência do partido para sua desfiliação. Por isso, ele disse ter convicção de que o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será outro.

Confira a entrevista:

1 - Qual o entendimento jurídico do Podemos sobre o mandato de Júnior Geo? Pertence a ele ou ao partido?

Tiago Dimas - Segundo a legislação e todo o entendimento jurídico vigente, o mandato pertence ao partido. Além da legenda, houve investimento financeiro nos candidatos, o que obviamente beneficiou a obtenção da vaga na Assembleia Legislativa. Além disso, a incorporação do Podemos com o PSC [antigo partido de Júnior Geo] obedeceu todos os trâmites legais e todos tiveram oportunidade de decidir se permaneceria ou não, inclusive com manifestações públicas através da imprensa. O TRE/TO pode ter um entendimento e respeitamos, mas estamos convictos de que no TSE o entendimento será outro.

2 - A decisão do partido de escolher Eduardo Siqueira ao invés de Geo foi amparada em pesquisas internas, análise do cenário político, etc?

Tiago Dimas - A construção partidária mudou significativamente após as últimas alterações nas leis, mostrando que temos que ter nos partidos diversos líderes e que sejam capazes de construir projetos sólidos para essa e para as próximas eleições. Focamos nisso e, em Palmas, até por se tratar da capital, buscamos ouvir todos e sempre acreditamos que poderíamos ter um nome que reunisse capacidade política e administrativa para endossar o apoio do partido, o 8º maior do Brasil e o que mais cresceu nos últimos anos. Conversamos com todos os pré-candidatos, inclusive com o Geo, e a habilidade política que o Eduardo Siqueira Campos tem demonstrado ser altamente capaz de promover, com nome consolidado, motivou o Podemos a buscá-lo como uma das opções do partido. Palmas então passou a ser um projeto prioritário para nós, com um contexto nacional.

3 - O objetivo do Podemos com o recurso ao TSE é tirar o mandato de Júnior Geo para que o primeiro suplente do partido assuma a vaga?

Tiago Dimas - O objetivo é resguardar a vaga do partido, principalmente para que não se coloque em dúvida a legalidade na incorporação do PSC. A partir do momento que houve judicialização, o partido não pensa unicamente neste mandato, mas sim em não deixar brecha para interpretações equivocadas. Essas novas leis contaram, inclusive, com a participação ativa de parlamentares do Podemos em suas aprovações. Se houver desfiliação antes do trânsito em julgado, obviamente iremos requerer que a cadeira permaneça com o partido. Torço para que não cheguemos a este ponto.

4 - Geo chegou a conversar com o Podemos para solicitar a anuência do partido para desfiliação antes de ingressar com a ação no TRE-TO?

Tiago Dimas - Esse seria o caminho natural. A partir do momento que ele se sentiu incomodado com a filiação de Eduardo Siqueira, na mesma condição de pré-candidato, esperava-se um diálogo maduro ou até mesmo um pedido nesse sentido, o que nunca ocorreu. Não fomos procurados e a preferência foi pelo caminho judicial. A partir do momento em que se colocou uma discussão jurídica, não há como se ter postura diferente, uma vez que isso coloca em xeque a legislação e a política nacional de incorporações partidárias.

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