Denúncia

Advogada diz ter sido humilhada no Procon de Araguaína; diretor fala em mal-entendido

"Isso é o que a gente passa, é humilhação", desabafou.

Por Conteúdo AF Notícias 5.859
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26/11/2020 15h30 - Atualizado há 3 anos
Advogada Andressa Caetano

A advogada Andressa Caetano disse que foi maltratada e humilhada dentro do Procon de Araguaína pelo próprio diretor do órgão, na manhã desta quinta-feira (26). A profissional estava representando um cliente para intermediar a solução de um conflito relacionado ao direito do consumidor.

Visivelmente abalada e até chorando, a advogada gravou um vídeo na frente do órgão relatando a situação vexatória. Andressa Caetano conta que, durante o atendimento, precisou fazer uma pequena alteração em um documento e a servidora do cartório disponibilizou espontaneamente o computador do órgão a fim de agilizar a solução do problema.

“Fui usar o computador para fazer essa alteração e resolver [o problema] de forma mais rápida do que eu voltar lá no meu escritório e retornar depois”, conta a advogada.

Contudo, o diretor do Procon, o ex-vereador Manoel Messias, o Mané Mudança, percebeu que a advogada estava usando o computador e teria pedido que ela saísse da sala, pois seria um ambiente de acesso restrito aos servidores.

"Tentei explicar, mas ele não me deixava falar, dizendo que a gente não tinha direito de entrar lá, que não é por ser advogado que tem direito de ficar entrando lá. Fui explicar pra ele sobre a legislação, o Estatuto da OAB, que assegura ao advogado o livre acesso a cartórios, delegacias... Lógico que ninguém vai invadir, mas a gente tem essa prerrogativa e ele simplesmente falou que não tinha", relata Andressa Caetano.

Segundo a advogada, esses episódios de humilhação são frequentes no exercício da atividade profissional. “Isso é o que a gente passa, é humilhação. Não só aqui, já fui destratada em outros lugares. Não estou falando dos servidores do Procon, eles são ótimos, são pessoas que atendem a gente super bem”, finaliza a advogada.     

O OUTRO LADO

Procurado para comentar a denúncia, o diretor do Procon, Mané Mudança, disse que ocorreu apenas um "mal-entendido", embora tenha ressaltado que não é permitida a presença de terceiros na sala do cartório.

"Tinha vários processos em cima da mesa e chamei o nosso colaborador para recolher esses processos. Foi um mal-entendido. O esposo da advogada entendeu que eu estivesse reclamando e já foi falar comigo, achou que a gente tinha destratado. Os advogados têm todo acesso aqui, não fazemos restrição de tamanho nenhum. Até mesmo quando o Procon estava fechado por conta da pandemia, a ordem era atender todos os advogados que chegassem aqui. Houve um mal-entendido. Não tem nada de constrangimento e nem humilhação, até porque muitos dos colaboradores aqui são todos advogados”, explicou o diretor.

Por fim, Mané Mudança afirmou que não age de forma alguma para dificultar o trabalho dos advogados. "Se eles se sentiram ofendidos, até peço desculpas em nome do Procon", finalizou.

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