O clima desértico é uma realidade que muitas cidades brasileiras têm enfrentado, com registros alarmantes de umidade relativa do ar. Nesta terça-feira (3), municípios de quatro estados chegaram a níveis de 7%, um índice comparável ao das regiões mais áridas do mundo, como o deserto do Saara, na África, e o deserto do Atacama, no Chile.

Alerta vermelho: umidade relativa do ar ao nível crítico

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho para a baixa umidade relativa do ar em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal. Cidades como Goiânia (GO), Luziânia (GO), Ituiutaba (MG), Três Lagoas (MS), Paranaíba (MS) e Barretos (SP) registraram impressionantes 7% de umidade, uma condição típica de clima desértico.

Segundo Willians Bini, meteorologista e diretor da meteoblue, "uma forte massa de ar seco vem impedindo o avanço das frentes frias, mantendo os índices de umidade extremamente baixos". Esse cenário não é apenas resultado da sazonalidade climática, mas também de fatores ligados às mudanças climáticas globais. O inverno, que já é conhecido por ser o período mais seco no Brasil, este ano se intensificou, começando mais cedo e prolongando-se mais do que o habitual.

Comparação com climas desérticos

A capital de Goiás, Goiânia, e Campo Grande (MS) também enfrentaram o clima desértico, com Campo Grande registrando 10% de umidade relativa do ar. Para se ter uma ideia, em climas desérticos como o Saara, a umidade do ar geralmente fica abaixo de 10%, colocando essas cidades brasileiras em condições extremamente secas.

Onda de calor: o que esperar nos próximos dias?

Além da baixa umidade, dez estados estão em alerta amarelo para uma onda de calor que promete elevar as temperaturas em até 5ºC acima da média pelos próximos três dias, segundo o Inmet. Isso pode agravar ainda mais a sensação de desconforto e os riscos à saúde, especialmente para crianças e idosos.

Reflexão sobre as mudanças climáticas

Este cenário extremo de clima desértico em diversas cidades brasileiras nos leva a questionar: até que ponto as mudanças climáticas estão alterando nosso ambiente de forma irreversível? A intensificação e prolongamento de períodos secos, aliados a ondas de calor severas, são um sinal claro de que o clima está mudando, e isso exige de nós uma reflexão profunda sobre nossas práticas e políticas ambientais.

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