A longa permanência de um bebê de apenas 2 meses de vida no Hospital Regional de Araguaína (HRA) está preocupando a mãe e familiares. O desejo dos parentes é que a criança seja transferida o quanto antes para o Hospital Municipal da cidade, especializado no atendimento infantil.

A menina foi baleada juntamente com a mãe na noite da última segunda-feira (17) durante um ataque a tiros no Bairro São João. O disparo atravessou a mão da mulher e atingiu o bebê que estava no colo. Na ocasião, o pai da recém-nascida foi executado com vários tiros.

Mãe e filha foram socorridas e encaminhadas ao HRA na mesma noite. A mulher teve a mão engessada e já recebeu alta, mas permanece na unidade para amamentar a criança, que passou por cirurgia.  

Segundo os familiares, a equipe médica colocou um dreno cirúrgico na menina para retirar o excesso de líquido, ainda na segunda-feira, e informou que ela seria transferida para o Hospital Municipal, o que não ocorreu.

Enquanto isso, o bebê está em um quarto juntamente com outras crianças. Ao AF Notícias, familiares informaram que a mãe não consegue cuidar sozinha da filha por causa do gesso na mão e o hospital não permite dois acompanhantes.

Outra preocupação da família é que o dreno ainda não foi retirado. “A gente está com medo do bebê pegar uma bactéria, uma infecção”, disse Cleiciane Sousa Silva, prima da mãe da criança.

Segundo ela, a família quer a transferência da criança para o Hospital Municipal. “A gente quer solucionar isso, queremos que eles transfiram a menina para um lugar adequado", relatou a auxiliar de serviços gerais. 

A preocupação da família é ainda maior por causa da covid-19, pois o HRA é uma das unidades de referência para o tratamento da doença na região norte do estado.

O que diz o Hospital Municipal

Em nota, o Hospital Municipal de Araguaína (HMA) informou que o Hospital Regional fez o pedido de transferência da criança para um leito de enfermaria na terça-feira (18), por volta das 8h30.

“Às 10 horas da manhã do mesmo dia, o HMA autorizou a transferência mediante exame de tomografia de tórax e abdômen com contraste. Dessa forma, a criança seria encaminhada para o isolamento de contingência”, informou.

No entanto, o Hospital Regional cancelou o pedido de transferência e não houve mais contato sobre o caso, segundo o HMA.

O que diz o Hospital Regional 

Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclareceu, em nota, que optou-se pela permanência do bebê na unidade após reavaliação da pediatria do Hospital Regional de Araguaína (HRA)

"Esclarecemos ainda que o bebê está aos cuidados do serviço de pediatria, onde vem recebendo o suporte clínico necessário. Ele segue com quadro estável, apresentando boa evolução e permanecerá seguindo as condutas da equipe até que seja considerada a possibilidade de alta hospitalar", informou.