Operação Caninana

Sem acesso à investigação da PF, Sindepol cita vazamento para imprensa: 'causa estranheza'

Sindicato disse que a imprensa já divulgou informações sensíveis da investigação.

Por Redação 1.228
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24/06/2022 10h53 - Atualizado há 2 anos
Delegado Bruno Azevedo, presidente do Sindepol

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Tocantins (Sindepol/TO) afirmou que vem acompanhando todos os trâmites jurídico-procedimentais da investigação relacionada à operação Caninana, deflagrada no dia 22 de junho pela Polícia Federal, tendo como alvos delegados e agentes da Polícia Civil.

Contudo, o Sindepol ressaltou que até o presente momento sua assessoria jurídica ainda não teve acesso à íntegra do procedimento, mesmo após uma solicitação formal.

Para o sindicato, esse fato causa "estranheza", pois diversos órgãos de imprensa já divulgaram informações sensíveis da investigação, expondo dados, nomes e imagens que podem comprometer a segurança individual e o próprio estado de inocência garantido constitucionalmente a todos os cidadãos.

Em virtude da "total ausência de acesso aos autos", o Sindepol afirmou que está impossibilitado de fazer uma análise mais densa das imputações feitas pela Polícia Federal.

“Esta Entidade reitera a necessidade de observância plena dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição da República e informa que buscará todas as medidas legais para que os filiados citados na operação tenham os seus direitos respeitados por meio de um procedimento hígido, transparente e responsável”, finalizou o presidente do Sindepol, Bruno Azevedo, em nota.

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ENTENDA

Policiais civis do Tocantins foram alvos de uma operação da PF, deflagrada na manhã desta quarta-feira (22), por suspeita de integrarem um grupo de extermínio dentro da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos de Palmas.

Cerca de 60 policiais federais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão, 5 de prisões preventivas e 14 medidas cautelares diversas da prisão, dentre as quais a suspensão da função pública dos investigados.

Um dos mandados de busca foi cumprido na sede da Denarc em Palmas. Segundo as investigações, os policiais tinham um grupo de WhatsApp onde planejavam a morte de ex-presidiários e investigados por tráfico de drogas.

O grupo teria sido responsável por até 20 assassinatos praticados entre 2019 e 2020. A PF concluiu que a Denarc estava usando a estrutura do estado para grampos ilegais, plantar drogas falsas, servir o governo e fazer limpeza social com um “código penal próprio”.

Conforme a PF, 5 pessoas foram mortas com indícios de execução nos bairros de União Sul e Jardim Aureny I, em Palmas, no dia 27 de março de 2020. Durante o transcorrer das investigações, foi apurado que um grupo criminoso formado por policiais do estado monitorava a saída de pessoas que tinham deixado a prisão recentemente e as executavam de forma planejada.

A Polícia Federal chegou a pedir a prisão temporária de dois delegados, mas os pedidos foram negados. Tiveram a prisão preventiva decretada os agentes Antônio Martins Pereira Júnior, Carlos Augusto Pereira Alves, Antônio Mendes Dias, Callebe Pereira da Silva e Giomari dos Santos Júnior. 

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