Medicina

Cardiologista diz ser raríssimo caso de pessoa ter sobrevida após confirmação do óbito

Um caso em Araguaína ganhou repercussão nacional.

Por Arnaldo Filho 3.510
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01/07/2021 09h27 - Atualizado há 2 anos
Cardiologista Vinicius Menezes

O emblemático caso do idoso Raimundo Nonato Santana, 71 anos, que foi 'ressuscitado' por um repórter após sofrer parada cardíaca e ser constatado morto pelo Samu, em Araguaína, é considerado raríssimo na medicina. 

O cardiologista Vinicius Menezes explicou ao portal AF Notícias que a cada 1 minuto de parada cardíaca, a pessoa perde 10% da chance de sobrevida. O procedimento para atendimento na rua, sem assistência imediata, leva ao aumento da chance de lesão cerebral irreversível e morte.

Segundo o especialista, pessoas que sofrem parada cardíaca têm um tempo de sobrevida levado em consideração pelos médicos, mas essa chance vai sendo reduzida com o passar dos minutos.

“Depois de tanto tempo sem oxigenação no cérebro e coração, o que ainda pode justificar um retorno da circulação e reação do paciente é a medicação aplicada no paciente durante a reanimação e reversão de provável arritmia, que após um certo período, podem explicar uma rara sobrevida”, analisou o médico.

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Sobre o atendimento

O cardiologista explicou que o procedimento de ressuscitação é o protocolo de atendimento das paradas cardíacas. Seu propósito é manter a circulação mínima necessária para os órgãos essenciais até restabelecer o ritmo cardíaco, de maneira que o sangue volte a circular. Ele inclui massagem torácica, para restabelecer a circulação do sangue até que o ritmo cardíaco seja normalizado, por meio da aplicação de um choque elétrico provocado por um equipamento chamado desfibrilador ou que outras causas da parada cardíaca sejam corrigidas.

Como pode voltar?

“Em um ambiente que tem disponível o desfibrilador e a parada cardíaca for por arritmia, a medida mais importante para ressuscitação é aplicar o choque”, explica Menezes. “E depois fazer a massagem e bem depois o procedimento de ventilação. Se a parada cardíaca acontece fora de um ambiente hospitalar, deve-se iniciar imediatamente as compressões torácicas”.

Ele explica que, em caso de uma parada na rua, em que a pessoa fique sem atendimento por minutos, a chance de sobrevida é muito pequena, estudos falam em torno de 7% de chance de sobreviver. “A urgência do atendimento na parada cardíaca é crucial por ser um evento que pode levar à morte muito rápido”. 

Após todas as tentativas de reanimação e sem sinais de vida, como pulso e movimentos respiratórios, é detectado o óbito. O cardiologista assegura ainda que a sobrevida nesses casos é mínima, já que as sequelas cerebrais impossibilitam que a pessoa sobreviva.

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