As articulações políticas e pré-campanhas estão a todo vapor desde o início deste semestre. No Tocantins, sete nomes podem estar na disputa em 2018. As inúmeras viagens, reuniões e trocas de farpas indicam que, no próximo ano, a campanha será movimentada. Por meio de uma série de matérias, o
AF Notícias falará sobre os pré-candidatos ao governo do Estado:
Ataídes Oliveira (PSDB), Carlos Amastha (PSB),
Cleiton Bandeira (sem partido),
Kátia Abreu (PMDB), Marcelo Miranda (PMDB),
Marlón Reis (Rede Sustentabilidade),
Mauro Carlesse (PHS) e
Paulo Mourão (PT).
CONHEÇA MARCELO MIRANDA Nascido em Goiânia, Goiás, e criado em Araguaína,
Marcelo Miranda, de 56 anos, escreveu uma história política no Tocantins que pode ganhar novas linhas e parágrafos nos próximos quatro anos. Isso porque o atual governador do Estado possivelmente será candidato à reeleição em 2018. Apesar de não ter demonstrado claramente suas intenções, alguns rumores apontam que o governador já começou a mobilizar alianças. Em um de seus pronunciamentos pelo Estado,
Marcelo chegou a alfinetar a pré-candidata ao governo e sua ex-aliada,
Kátia Abreu (PMDB).
"Para se eleger, teve que vir para o meu palanque", disse o governador durante um evento em Araguaína.
Marcelo Miranda assumiu o governo do Estado por três vezes. Em 2002, pelo PFL, foi eleito para a gestão de 2003 a 2006, e reeleito em 2006, já pelo PMDB, para o mandato de 2007 a 2010. Porém, em 2009,
Marcelo e seu vice,
Paulo Sidnei Antunes, foram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político. A decisão foi tomada por unanimidade pelos ministros do Tribunal. Eleito novamente como governador em 2014, para o mandato de 2015 a 2018,
Marcelo tem enfrentado grandes desafios causados pela crise econômica em que encontrou o Estado e escândalos de corrupção. Servidores cobram direitos e aprovados em concurso pressionam por convocação. Cenário completamente oposto às suas últimas gestões, onde conquistou a fama de ser um bom gestor para o funcionalismo público. A Justiça também pressiona e não 'deu folga' momento algum ao governador neste mandato. Antes mesmo de registrar a candidatura,
Marcelo precisou enfrentá-la para garantir sua elegibilidade. Na campanha, a Justiça Federal decretou a indisponibilidade de bens do governador, após pedido do Ministério Público Federal, devido à contratação irregular da Oscip Brasil para administrar hospitais estaduais e suspeitas de desvio de recursos públicos em 2003 e 2004. Outro episódio ocorrido na campanha, em 2014, foi destaque na mídia nacional. A Polícia Civil apreendeu uma aeronave com mais de R$ 500 mil e material de divulgação do deputado federal Carlos Gaguim com imagens de Marcelo Miranda. A ação da polícia aconteceu em uma pista de pouso de Piracanjuba, a 87 km de Goiânia. Na ocasião, quatro pessoas foram presas. O caso gerou ao governador um processo de cassação a pedido da chapa de oposição, liderada por Sandoval Cardoso, e pela Procuradoria Regional Eleitoral do Tocantins. Em março deste ano, o julgamento do governador foi suspenso pelo TSE, mas com votos suficientes para sua absolvição. Este, porém, foi apenas um dos problemas enfrentados pelo governador para se manter à frente do Estado. No ano passado, um esquema de corrupção que teria atuado no Tocantins foi exposto pela Polícia Federal. A operação 'Reis do Gado' elucidou crimes contra a administração pública e lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado.
Marcelo foi conduzido coercitivamente e seu irmão
José Edimar de Brito Miranda Júnior, preso em Goiânia. Seu pai,
Brito Miranda, também foi alvo de condução coercitiva juntamente com o ex-governador
Siqueira Campos. Novamente este ano, o sobrenome
Miranda apareceu em uma investigação da Polícia Federal. Desta vez, durante a Operação Marcapasso, o pai de Marcelo foi alvo de condução coercitiva e proibido de frequentar órgãos públicos. A suspeita é que
Brito Miranda teria cobrado propina para acelerar a liberação de pagamentos às empresas contratadas pelo Estado para fornecer materiais para a Saúde. Além dos esquemas de corrupção e conflitos com servidores, o governador enfrenta ainda um processo de impeachment que tramita na Assembleia Legislativa. O pedido foi protocolado no ano passado e engavetado pelo ex-presidente da Casa de Leis,
Osires Damaso. Em março deste ano, foi desarquivado pelo atual presidente
Mauro Carlesse (PHS).
ORIGENS A carreira política da família
Miranda começou ainda quando Goiás e Tocantins eram um só. O pai do governador foi presidente da Assembleia Legislativa de Goiás. Brito Miranda representava o antigo norte goiano na Casa de Leis e foi defensor da criação do Estado do Tocantins, na Constituição de 1988.
Marcelo foi eleito pela primeira vez em 1990 como deputado estadual do Tocantins. Em 1994 e 1998 foi reeleito, sendo por duas vezes consecutivas o presidente da Casa. Foi presidente do Parlamento Amazônico de 2001 a 2002 e governou interinamente o Estado do Tocantins, em 2000. O governador é agropecuarista e casado com a deputada federal
Dulce Miranda, com quem tem dois filhos.
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